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não obstante

contudo | conj.

Todavia; não obstante....


entanto | adv.

Todavia, não obstante....


porém | conj.

Contudo; mas; não obstante; todavia....


todavia | conj.

Contudo; não obstante; porém; apesar disso; ainda assim....


inobstante | prep.

Indica oposição a uma outra ideia exposta, mas que não é impeditiva (ex.: a empresa, inobstante ter sido mal avaliada nesse critério, não reclamou da avaliação)....


mito | n. m.

Personagem, facto ou particularidade que, não tendo sido real, simboliza não obstante uma generalidade que se deve admitir....


despeito | n. m.

Apesar de; não obstante (ex.: o balanço do evento é positivo, a despeito de algumas falhas)....


embargo | n. m. | n. m. pl.

Contudo, não obstante....


mal-grado | n. m. | prep.

Mau grado, má vontade (ex.: cedeu, mas a seu mal-grado)....


muito | quant. exist. pron. indef. | pron. indef. | adv. | n. m.

Indica uma grande quantidade indefinida (ex.: a comida tem muito sal; não quero mais canetas, já tenho muitas)....


obstante | adj. 2 g.

O mesmo que não obstante....


pesar | v. tr. | v. intr. | v. pron. | n. m.

Apesar de, não obstante....


apesar | adv.

Usado nas locuções apesar de e apesar de que....


embora | adv. | conj. concess. | interj. | n. m. pl.

Em boa hora....


ainda | adv.

Não obstante, contudo....



Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se a palavra conscientizar existe. Temos tido algum debate sobre isso porque, apesar de muito usada, não consta aqui no dicionário.
O verbo conscientizar encontra-se registado no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Este verbo é formado através da adjunção do sufixo -izar (que é muito produtivo na formação de verbos) ao adjectivo consciente, para obter o significado "tornar consciente" ou "fazer perceber". Este verbo é sinónimo de consciencializar, que, por sua vez, se forma pela adjunção do mesmo sufixo -izar ao adjectivo consciencial (adjectivo pouco usado, que designa aquilo que é relativo à consciência). Pesquisas em corpora e motores de busca na internet parecem indicar que o verbo conscientizar é mais usado no Brasil e que o verbo consciencializar é mais usado em Portugal.



Fui eu quem atirou nele ou fui eu quem atirei nele: qual é o correto e por que motivo?
Na frase em questão há duas orações, uma oração principal (fui eu) e uma oração subordinada relativa (quem atirou nele), que desempenha a função de predicativo do sujeito. O sujeito da primeira oração é o pronome eu e o sujeito da segunda é o pronome relativo quem. Este pronome relativo equivale a ‘a pessoa que’ e não concorda com o seu antecedente, pelo que, na oração subordinada, o verbo deverá concordar com este pronome de terceira pessoa (quem atirou nele) e não com o sujeito da oração principal (*fui eu quem atirei nele). Esta última construção é incorrecta, como se indica através de asterisco (*), pois apresenta uma concordância errada.

Relativamente à frase correcta (Fui eu quem atirou nele) pode colocar-se uma outra opção: Fui eu que atirei nele. Esta última frase seria também uma opção correcta, mas trata-se de uma construção diferente: contém igualmente duas orações, e da primeira oração (fui eu) depende também uma oração subordinada relativa (que atirei nele), mas esta é introduzida pelo pronome relativo que. Este pronome relativo, ao contrário do pronome quem, concorda obrigatoriamente com o antecedente nominal ou pronominal existente na oração anterior, no caso, o pronome eu, pelo que o verbo terá de estar na primeira pessoa (eu que atirei).

Do ponto de vista semântico, as frases Fui eu quem atirou nele e Fui eu que atirei nele equivalem a Eu atirei nele (que contém apenas uma oração), mas correspondem a uma construção sintáctica com duas orações, para focalizar ou dar maior destaque ao sujeito eu.


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